quinta-feira, 30 de agosto de 2012



FIM DO AUMENTO SALARIAL PARLAMENTAR ACIMA DA INFLAÇÃO


Olá,
Eu acabei de assinar esta petição -- você não quer se juntar a mim?
Fim do aumento salarial parlamentar acima da inflação
Para: Dilma Rousseff; President; Brasil
Esta petição é muito importante e poderá fazer uso de nossa ajuda. Clique aqui para saber mais e assinar:
http://www.avaaz.org/po/petition/Fim_do_aumento_salarial_parlamentar_acima_da_inflacao/?eppejbb
Muito obrigado,

VAMOS RIR JUNTOS!

[Bem típico da família italiana......

O Nono foi hospitalizado e os filhos, netos e bisnetos vieram de
todos os cantos do mundo.
Os médicos deixaram que os parentes levassem-no para a sua casa, para
cumprir seu último desejo: O de morrer em casa, ao lado de seus queridos.
Foi para o quarto e as visitas foram se revezando para tentar consolar
e dar conforto ao Nonno em seu derradeiro momento.
De repente o Nonno sentiu um aroma maravilhoso que vinha da cozinha
Era a Nona tirando do forno uma fornada de cuca.
Os olhos do Nonno brilharam e ele se reanimou.
Então, o Nonno pediu ao bisneto que estava ao lado da cama dele:
'Piccolo mio, vai na cojina e pede um pedaxo de cuca pra Nonna.'
O guri foi e voltou muito rápido...
'E a cuca?' - perguntou o Nonno.
'A Nonna disse que no !'
'Ma per que no, porca miséria, ma que vecchia desgraciata! Que qüesta putana falô?'
"A Nonna disse... que as cuca ... é pro velório."




O PARTO, A PRÓSTATA E A VINGANÇA

O Parto, a Próstata e a Vingança

Ela com 19 e eu com 20 anos de idade.
Lua-de-mel, viagens, prestações da casa própria e o primeiro bebê, tudo uma beleza.
Anos oitenta a moda na época era ter uma filmadora do Paraguai.
Sempre tinha ou tem um vizinho ou mesmo amigo contrabandista disposto a trazer aquela muambinha por um precinho muito bom!
Hora do parto ela tinha muita vergonha, mas eu teimoso, desejava muito eternizar aquele momento.
Invadi a sala de parto com a câmera no ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho.
Todo mundo que chegava lá em casa era obrigado a assistir ao filme.
Perdi a conta de quantas cópias eu fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos.
Meu filho e minha esposa eram os meus orgulho e tesouro.
Três anos se passaram ai nova gravidez, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro, tudo como antes.
Como ela "categoricamente" me disse que não queria que eu a filmasse dessa vez, sem ela esperar invadi a sala de parto e mais uma vez com a câmera ao ombro cumpri o mesmo ritual.
As pessoas que me conhecem sabem que em mim havia naquele momento apenas o amor de pai e marido apaixonado nesse ato.
O fato de fazer diversas cópias da fita era apenas uma demonstração de meu orgulho.
Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana num instinto de vingança, invadisse a sala do meu urologista, com a câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata.
Eu lá, com as pernas naquelas malditas perneiras, o cara com um dedo (ele jura que era só um!) quase na minha garganta e minha mulher gritando:
- Ah! Doutoooor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que vem estou enviando uma para o senhor!
Meus olhos saindo da órbita fuzilaram aquela cachorra, mas a dor era tanta que não conseguia nem falar.
O miserável do médico, pra se exibir, girou o dedão!!! Ah eu na hora vi o teto a dois centímetros do meu nariz.
E a minha mulher continuou a gritar, como se fosse um diretor de cinema:
Isso, doutor! Agora gire de novo, mais devagar dessa vez. Vou dar um close agora...
Na hora alcancei um sapato no chão e joguei na maldita.
Agora amigos, estou escrevendo este e-mail, pedindo aos amigos, parentes e outro mais que receberem uma cópia do filme, que o enviem de volta para mim.
Eu pago o reembolso.

(Luiz Fernando Veríssimo

terça-feira, 28 de agosto de 2012

NICOLÁS GUILLÉN

"O povo é igual às raízes de um imenso tronco: vai levantar até calçadas de concreto, procurando a liberdade"

Nicolá Guillén(Poeta Cubano)

30/07/2012

Eleições: O 'caixa um' é pior que o 'caixa dois'?

Publicado originalmente em Caros Amigos, n. 184, julho/2012

Pela Constituição do Império, de 1824, só poderia se eleger deputado ou senador quem tivesse uma renda anual de pelo menos 400 mil réis. E para votar em candidatos a esses cargos era exigida uma renda mínima de 200 mil réis. Nas eleições locais, só podiam votar aqueles que tivessem pelo menos 100 mil réis de renda anual: quem tivesse renda menor do que isso não votava nem em eleições paroquiais. Em resumo: quanto mais rica fosse uma pessoa, maior seria seu poder político.
 Esse fato é contado e ensinado quase como anedótico e usado para ilustrar como nosso passado era pouco democrático. Afinal, uma legislação como aquela garantia que só os ricos decidiam sobre o futuro de todos no país.
Entretanto, uma observação mais aguçada mostra que a situação até piorou desde então.
Vamos ver.
Desde o início da década de 1990, a legislação que regula o financiamento eleitoral no Brasil (Leis 8713/1993 e 9504/1997) permite que pessoas físicas financiem seus candidatos com até 10% de seu rendimento anual bruto. Como o sucesso em uma campanha hoje depende de divulgação, divulgação depende de dinheiro e o dinheiro vem do financiamento quase exclusivamente privado, quanto mais rica for uma pessoa, mais poder eleitoral terá.
 Ou seja, ainda que possa parecer absurdo e totalmente antidemocrático, o poder político eleitoral de uma pessoa é tão maior quanto maior for sua renda. Enquanto na Constituição de 1824 um rico valia apenas um voto, hoje ele vale tantos votos quanto a propaganda feita com seus recursos for capaz de carrear. Parece que conseguimos piorar uma situação que já era esdrúxula há dois séculos.
Há outros absurdos na nossa legislação de financiamento eleitoral: pessoas jurídicas, ou seja, empresas, podem financiar campanhas políticas com valores de até 2% do faturamento anual. Ora, empresas não são entes políticos e não podem ter preferências eleitorais. Dar a elas um poder eleitoral, como faz a lei, ao permitir que financiem eleições, é tão absurdo quanto permitir que elas pudessem votar ou ser eleitas.
Outro absurdo diz respeito aos valores dos financiamentos possíveis dentro daquela “limitação” de 2% do faturamento. O faturamento total das empresas em um país capitalista é da ordem do próprio produto interno bruto, ou seja, mede-se, no caso brasileiro, em trilhões de reais! Mesmo excluindo as empresas que, por lei, não podem contribuir, o “rigor” da lei limita o financiamento eleitoral das empresas em “apenas” algumas dezenas de bilhões de reais, valor muitas vezes superior aos gastos totais declarados nas eleições de 2010. Como as possibilidades de sucesso em uma eleição dependem dos investimentos feitos nas campanhas, as empresas têm o poder de eleger quantos candidatos desejarem ou precisarem, mesmo que invistam muito menos do que os 2% do faturamento que a lei permite. E precisarem não se refere apenas a benefícios na forma de contratos governamentais, mas, também, a coisas muito mais amplas e importantes: aí estão, como alguns poucos exemplos, as leis que permitiram e permitem as privatizações; códigos, como o florestal; legislações que favorecem a privatização da educação e da saúde; preços, subsídios e políticas dos transportes coletivos; tanto as leis como as ausências de leis referentes aos meios de comunicação; leis orgânicas, como as que regulam a ocupação e a propriedade dos solos urbano e rural; e, evidentemente, a própria legislação que dá poderes políticos a empresas. Esses são apenas poucos exemplos, pois toda a estrutura legal e econômica do país é controlada pelo próprios donos do país.
Há mais perversidade ainda. Note que o financiamento não é feito pela alta direção ou pelos donos e controladores da empresa, com seus dinheiros pessoais. O financiamento é feito pelas empresas e, assim, recai em suas planilhas de custo em pé de igualdade com todas as outras despesas, como insumos, fornecedores, salários, impostos, aluguéis etc., sendo, obviamente, transferidas para os custos e os preços dos seus produtos e serviços. Assim, quem paga a conta desse financiamento eleitoral somos nós, os trabalhadores, os consumidores, os fregueses, os clientes, os pacientes, os passageiros, os inquilinos, os alunos, os correntistas etc. E, claro, pagam também, os trabalhadores das próprias empresas que financiam as eleições, uma vez que se forem feitas maiores despesas com um insumo qualquer, como o financiamento eleitoral, sobram menos recursos para os salários.

E quem nós estamos financiando?
Como quem decide quantos e quais candidatos serão financiados e com que volume de recursos são os donos do país, o atual mecanismo de financiamento é uma espécie de impostos que pagamos para que eles convençam os eleitores a mantê-los na condição de donos do país.
Evidentemente, os eleitos dessa forma não irão responder às demandas dos eleitores, mas, sim, às demandas daqueles que têm o poder de decidir quais candidatos e partidos serão financiados.
Pior ainda: pagamos muito caro, pois o financiamento feito por pessoas jurídicas contribuiu para aumentar os custos das campanhas eleitorais. E a propaganda viabilizada pelos recursos financeiros contrapõe-se ferozmente à atuação das militâncias reais e sinceras, estas, sim, instrumentos legítimos para a conquista de votos. Com o domínio da propaganda, as posições ideológicas dos candidatos passaram a ter menos peso na escolha dos eleitores. Pouquíssimos candidatos se elegem, atualmente, com base em posições ideológicas ou militância.
Entre os argumentos usados no início da década de 1990 para justificar a legalização do financiamento feito por pessoas jurídicas estavam o fim do caixa dois, que, hipoteticamente, não seria mais necessário, e o fato que os eleitores poderiam saber quais candidatos são financiados por quem. Ora, esse último argumento é bobagem, pois uma mesma empresa financia um leque de candidatos, de tal forma que tenham, entre os financiados, pessoas de diferentes perfis políticos, mas privilegiando, obviamente, aqueles que seus controladores realmente querem que sejam eleitos. Além disso, quantos eleitores têm a paciência e a possibilidade de fazer um complexo mapa de quais candidatos receberam recursos de quais empresas, de que setores e em quais quantidades?
O outro argumento também não é correto, pois o financiamento feito pelas empresas, com o caixa um, não eliminou o caixa dois, tanto por haver despesas que não podem ser financiadas legalmente, como pelo fato de algumas empresas e candidatos não quererem explicitar seus vínculos, preferindo o segredo do caixa dois.
Assim, a legislação viabilizou uma situação esdrúxula, absurda e totalmente antidemocrática: pagamos caro para eleger os candidatos escolhidos pela elite econômica do país, continuamos a amargar o caixa dois, empresas passam a ser entes políticos e intensifica-se o poder econômico dos mais ricos.

Chamam isso de democracia?
Com tais ingredientes, é impossível construir uma democracia. Uma legislação republicana deveria, em lugar de permitir o financiamento eleitoral feito por pessoas jurídicas, criminalizá-lo, qualquer que fosse o número do caixa, restringindo o financiamento eleitoral e de partidos políticos apenas a pessoas físicas e ao poder público. E no caso de pessoas físicas, deveria haver um limite máximo para a contribuição individual para os partidos compatível com a renda per capita do país e independente da renda individual do doador. Da forma atual, criou-se um círculo vicioso terrível, no qual a concentração da renda e patrimônio leva a uma concentração do poder, que não abrirá mão da concentração da renda e do patrimônio.
Precisamos defender o financiamento público. E para isso é necessário denunciar a situação atual, pois perece que a enorme maioria da população ainda não percebeu que, como está, nós financiamos os candidatos que as elites escolhem, e a altos custos, contribuindo para que os donos do país perpetuam-se como donos do poder.
Há uma frase atribuída a Mark Twain que diz que “nós temos o melhor governo que o dinheiro pode comprar”. A nossa legislação eleitoral, aprovada no auge do neoliberalismo, transformou o chiste de Mark Twain em lei.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

BELO MONTE: respeito à Constituição já!

Caros amigos do Brasil,

As obras de Belo Monte foram paralisadas na semana passada pela justiça, mas o STF decidirá nas próximas horas se elas devem continuar. Se não agirmos agora, o futuro da Amazônia será destruído. Clique abaixo e envie uma mensagem para o presidente do STF, Ministro Carlos Ayres Britto:

As obras de Belo Monte foram paralisadas na semana passada, mas agora a Advocacia-Geral da União quer ir direto ao Supremo Tribunal Federal para continuar as obras sem que se respeite a Constituição, que determina que os índios devem ser consultados. Não podemos permitir isso!
Na semana passada, uma decisão histórica do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) decidiu pela suspensão imediata das obras de Belo Monte porque até agora os índios, que serão diretamente afetados pela obra, não puderam emitir sua opinião sobre a mega-usina. Nesse exato momento, a nossa única chance de manter Belo Monte paralisada está nas mãos do Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal, e isso pode acontecer a qualquer momento nas próximas horas!
Uma Amazônia sustentável, com respeito aos povos indígenas e ao equilíbrio da vida natural do planeta, está em risco iminente -- Vamos inundar a caixa de mensagens do Presidente do STF nas próximas horas com e-mails pedindo que a Constituição seja respeitada. Envie uma mensagem para o Ministro Ayres Britto clicando abaixo, e divulgue para todos urgentemente:
http://www.avaaz.org/po/stf_pare_belo_monte_a/?biAzibb&v=17381
Belo Monte é um Golias no coração da Amazônia e vem dividindo a opinião dos brasileiros. Mas todos concordam que uma obra de tamanho impacto não pode ser feita sem o cumprimento da Constituição, que afirma que este tipo de obra só pode acontecer se os índios forem ouvidos. Pela lei, os índios não terão a última palavra, mas continuar a obra sem conhecer a posição dos povos indígenas é uma atitude incompatível com uma democracia pluralista como o Brasil.
O licenciamento de Belo Monte pelo IBAMA estabeleceu uma série de condicionalidades que não vêm sendo cumpridas na execução da obra. Uma decisão do STF mantendo a interrompção dos trabalhos é a melhor oportunidade que nós temos para que o processo de destruição da Amazônia passando por cima da lei seja interrompido. Envie uma mensagem agora para o Ministro Ayres Britto e, em seguida, divulgue para todos:
http://www.avaaz.org/po/stf_pare_belo_monte_a/?biAzibb&v=17381
No passado, ajudamos o maior movimento de combate à corrupção eleitoral do Brasil dando apoio na mobilização da Lei da Ficha Limpa e até que ela virasse realidade. E em todo o mundo, membros da Avaaz têm ajudado a soar o alarme para as injustiças, salvar vidas e fazer a diferença. Vamos nos unir mais uma vez, e mostrar nossas vozes e coragem para salvar a Amazônia de uma vez por todas.
Com esperança e determinação,
Pedro, Diego, Carol, Ian, Luis, Ricken e toda a equipe da Avaaz
Tribunal Regional Federal suspende obras de Belo Monte (Estadão)
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,tribunal-regional-federal-suspende-obras-de-belo-monte-,123128,0.htm
TRF1 determina paralisação das obras de Belo Monte (Agência Brasil)
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-14/trf1-determina-paralisacao-das-obras-de-belo-monte
Congresso terá de ouvir comunidades afetadas pela construção de Belo Monte (UOL)
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/08/14/liberacao-das-obras-de-belo-monte-so-ocorrera-depois-que-o-congresso-nacional-ouvir-comunidades-afetadas.htm
Povos do Xingu celebram decisão do Tribunal Regional Federal sobre paralisação das obras de Belo Monte http://www.dhescbrasil.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=623:trf-determina-paralisacao-obras-belo-monte&catid=69:antiga-rok-stories
Ibama libera Belo Monte com 40 exigências (Jornal da Ciência)
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=68848
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

BARBARIDADE

Mnha filha não precisa de defesa, mais ainda quando aquilo que a ofende vem do preconceito e da ignorancia, como foi a infeliz declaração do infeliz ser humano que atende pelo nome de marcos piangers, integrante do programa pretinho básico, que disse que portadores de download são pessoas com defeito. Mas eu, enquanto pai de uma menina de 05 anos, que e portadora dessa sindrome me sinto agredido, pois um jornalista, por mais irreverente não pode ser tão inconseqüente e irresponsável por jogar uma expressão absurda, nojenta e cretina contra seres humanos que não tem a aparência física daquilo que entende ser um sujeito normal. Gostaria de dizer a esse jornalista que lhe falta legitimidade moral, decência e dignidade por ser tão mesquinho e pobre na sua visão de mundo distorcida e ofensiva. Espero que minha filha seja mais digna e decente com esse cromossomo a mais do que este infeliz ser humano que não tem responsabilidade com a violência que realizou contra todos os que amam, convivem, tem a dificuldade de superar os limites e preconceitos de uma sociedade ainda tão acostumada a exclusão. O defeito esta no preconceito e em todos os íamos dos inconseqüentes e imorais que somos obrigados a reconhecer como ainda membros de uma sociedade comum.


Este é o texto que postei no face do jornalista Marcos Piangers, pois diferententemente de minha filha, tenho voz, e mai ainda e felizmente, diferentemente dele, não me escondo atrás do humor irresponsável:
Caro Jornalista,
é verdade que vivemos em uma democracia, verdade que temos o direito de manifestar o pensamento, negando a forma vil do anonimato, é verdade que o humor serve a muitos fins, inclusive o de representar uma forma sublime de superação das mazelas cotidianas, é verdade que sectarismos e dogmas só trazem o absurdo e a tirania do medo, é verdade que nem sempre a palavra, a crítica, o comentário são compreendidos, mas verdadeiro também é o fato de que somos, numa democracia, sujeitos responsáveis e mesmo na informalidade e na inconseqüência, podemos ferir, agredir, humilhar e sem pretender gerar novas formas de discriminação. Não sei se tens um filho, amigo, parente, conhecido que apresentem a condição de portadores da síndrome de down, mas não posso deixar de buscar te educar, pois me pareces um irresponsável, a ter um pouco mais de sensibilidade e de reconhecer que tuas brincadeiras e a dos teus colegas ofendem, agridem, ferem sujeitos humanos que são o material de tuas brincadeiras, nem tão brincadeiras assim na medida em que alcançam formas veladas de ferimento a dignidade humana, pois seres humanos podem erras, o teu caso, mas isso não significa que têm defeito, simplesmente, enão tão simples assim, significa que são diferentes, apenas diferentes sem que isso lhes negue o direito de ser e restar enquanto seres humanos. Lamento que a democracia tenha se transformado nesse território de impunidades, irresponsabilidades, inconseqüências e indignidades. A corrupção não está apenas ao lado daques que praticam peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, mas de todos os que se sentem no direito de falar e falar sem a devida noção de que a violência da palavra é tão ou mais cruel do que tantas outras formas de violência e se esconderem ao final afirmando que não sabiam, não era a intenção, não tinham a noção, estavam apenas exercendo seu direito profissional. Minha filha não tem defeito, pelo menos, não têm as tuas imprecisões e irresponsabilidades, até por que, ela não tem o microfone para dizer o que quer e silenciar quando a brincadeira vai longe de mais. Lamento ser e estar na mesma condição de um ser humano que não consegue perceber quando o humor se torna numa simples banalidade.


Membros do Pretinho Básico
No programa de 22 de agosto de 2012, num contexto de tradicional humor, o jornalista Marcos Piangers numa frase estabeleceu a relação entre SD e defeito.
Como pai de uma criança de 5 anos com Síndrome de Down esta frase é inconsequente, irresponsável e ofensiva, mesmo num contexto de humor.
É verdade que vivemos numa democracia, ao qual todos tem direito a opinião, e no mesmo sentido, direito a expressão, contudo nesta mesma democracia que defenda a liberdade de opinião, há também a necessária condição de respeito a dignidade do outro.
O humor não pode ser utilizado como mecanismo de juízos de valor ou inconsequências para ferir um princípio básico dessa mesma democracia: a diferença.
Portadores de SD em nenhum sentido são defeituosos, nem no humor nem no preconceito a diferença pode ser ofendida, humilhada ou tratada de forma ambígua.
Não se trata aqui de patrulha ideológica, censura ou perseguição, apenas de um pai, que como tantos outros buscam construir em seus filhos a ideia de que respeito, dignidade e responsabilidade são valores que ninguém pode, por qualquer motivo, ofender ou menosprezar.
Síndrome de Down é simplesmente uma diferença, simples assim.
Antonio Marcelo Pacheco
Pai de Eduarda – uma menina com Síndrome de Down


Queridos amigos e amigas,
depois da frustração na primeira edição do programa, em que o Fetter leu o meu texto que foi uma exigência de direito resposta e que ao final o comunicador Marcos Piangers reiteirou a opinião, agora se nenhum humor a protegê-lo, entrei em contato com o jurídico da RBS, na pessoa da Drª Débora e com o próprio Alexandre Fetter, que se solidarizaram com a minha indignação e dor. Assim, na edição das 18h, o texto foi lido no primeiro momento e o tal comentarista, mesmo estando ou não, foi obrigado a não emitir os seus juízos de opinião que se sustentam em puro preconceito.
Esta minha primeira cruzada em nome de minha filha, mas também de todos os portadores e síndrome de down não se encerra aqui, pois percebi, claramente, que o tal do Piangers é um indivíduo inconsequente, irresponsável e preconceituoso. Vou atrás de um direito de resposta no Jornal RBS, para ver se consigo explicar a esse pretenso 'pensador' da cultura do superficial a diferença entre 'defeito' e 'deficiência' e 'diferença'.
Quero dizer a todos os pais, irmãos, tios, primos, amigos e seres humanos solidários e sensíveis que ainda não terminei minha (com perdão, nossa) luta pelo respeito, pela construção de uma dignidade que realmente possa ganhar espaços mais amplos de discussão.
Cansei do anonimato, da passividade, da luta solitária ao lado de minha esposa e filha, da luta egoísta, individualista dos meus problemas, pois sei que a dor é compartilhada e democrática, a insurgência e a indignação são comuns aos seres humanos, simples assim.
Muito obrigado por tudo e por todo apoio!!!!

NÃO VOU DESISTIR DE BUSCAR UM PEDIDO DE DESCULPAS DESSE INDIVÍDUO QUE REAFIRMOU, HOJE, QUE SÍNDROME DE DOWM ´W UM DEFEITO GENÉTICO. QUERO UM PEDIDO DE DESCULPAS, PARA VER SE CONSIGO EXPLICAR QUE DEFEITO, NÃO É A MESMA COISA QUE CONDIÇÃO ESPECIAL, OU NO MÍNIMO, EXPLICAR QUE NÃO É A MESMA COISA QUE DEFICIÊNCIA!