sexta-feira, 16 de março de 2012

PÂNICO EXISTENCIALISTA

Vivemos o ápice da degradação generalizada. É a degradação familiar, a degradação ambiental, a degradação política e social, o racismo e a indiferença estrutural. Vivemos numa sociedade onde o que vinga é a farsa. Quem gestou esses problemas? O ônus e o bônus é de quem afinal? Quem financiou a degradação das relações humanas? Quem, se não as próprias potências que se dizem agredidas.
Vivemos hoje em nosso país, em nosso estado, em nossa cidade, em nosso bairro, dentro de nossos próprios domicílios, as Seções de Injustiças Sociais, com sequestros relâmpagos, tráfico de drogas, agressões físicas e morais, homicídios e na desilusão, o suicídio.
Lideranças cegas assumem o poder. Mercenários e fanáticos são conduzidos a onde bem se entende.
Vítimas do consumismo desenfreado não conseguem resistir as suas imagens refletidas nas vitrinas. Vivemos a maléfica missão civilizatória do capitalismo. Aí dos infiéis que se recusarem ao processo de globalização que coloca o "Homem moderno" diante do estreito gargalo do stress.
Para incrementar ainda mais o pânico existencialista, vivemos também as Seções dos drogados e das doenças endêmicas e epidêmicas, sem cura até o momento, como a AIDS, a Pneumonia Asiática, a Dengue, a Lepra, a Tuberculose...quem consegue ficar indiferente diante de tamanha degradação?
Na Seção de arrecadação de impostos temos os mais variados e mais altos do mundo. Tem imposto para todos os gostos. São tantas as mãos que assaltam os nossos bolsos. Nosso presente e futuro dependem da esperteza do Mercado. As bolsas de valores regulam nosso humor e nosso destino. No reinado do Mr. Mercado, todos somos mercadoria.
Se as inconsequências políticas da única potência mundial, infelizmente não temos mais a saudosa Guerra Fria, não podem ser punidas, pois não existe um Judiciário Mundial, concluo que somos presa fácil de um inimigo invisível, constantemente a espreita, sempre pronto para o bote fatal, que pode aparecer em qualquer lugar e a qualquer momento em forma daquilo que já nos é familiar: um arrombador de domicílio, um assaltante, um sequestrador, ou até mesmo de um político safado e despudorado, sem compromisso nenhum com o seu semelhante.
Não dá para fechar os olhos diante da triste realidade brasileira. Quando um grupo de células quer ser mais que as outras, eis o câncer.
Realmente, é um perigo estar vivo.


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