segunda-feira, 29 de setembro de 2014




    NOTA SOBRE O IBGE E OS ERROS NA PNAD 2013
    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem sido alvo de inescrupulosos ataques nos últimos dias, desde a divulgação de nota retificando dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, a PNAD 2013. As insinuações de que dados publicados pelo IBGE estivessem sendo manipulados, em pleno processo eleitoral, tem caracterizado total leviandade e desrespeito para com o corpo técnico da instituição.

    Foram objeto de correção os dados apurados em sete estados e, em razão disso, ocorreram pequenas alterações nos dados nacionais, com destaque para quatro informa ções: a) Índice de Gini sobre distribuição da renda: 0,498, corrigido para 0,495; b) População desocupada: 6.693 mil, corrigida para 6.637 mil c) Renda média do trabalho: R$ 1.681,00 (crescimento de 5,7% sobre 2012), corrigida para R$ 1.651,00 (crescimento de 3,8% sobre 2012); e d) Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais: 8,3%, corrigida para 8,5%.

    O IBGE tem dado sucessivas demonstrações de isenção política ao divulgar dados referentes a desempenho do PIB trimestral e taxa de inflação mensal, com resultados reconhecidamente desfavoráveis ao governo. E em nenhum momento tais dados foram questionados como inverídicos.
    O IBGE é formado por corpo técnico da mais alta qualificação, admitidos na instituição por concurso público e que acumulou vasta experiência profissional ao longo dos anos. Trata-se de um órgão de Estado, que serve à sociedade brasileira e não aos governos constituídos a cada quatro anos. A insinuação de manipulaç ão de dados configura-se como total desrespeito ao seu corpo técnico e à instituição prestadora de tão relevante serviço público.
    Apenas profissionais envolvidos com a produção e disseminação de dados estatísticos sabem que erros são passíveis de acontecer, especialmente se as condições laborais comportam acúmulo de trabalho para fazerem frente ao aumento da demanda por pesquisas e estudos e a forte pressão pela obediência a prazos apertados. Tudo isso em um contexto de equipes técnicas reduzidas (boa parte formada por já aposentados) e sucessivos cortes orçamentários, problemas que são comuns a praticamente todas as instituições de pesquisa e estatística do País, em sua maioria, filiadas à ANIPES, inclusive o IBGE.
    Há que se lamentar também a nota emitida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que não fez a devida defesa do IBGE, órgão a ele subordinado, e tampouco reconheceu suas limitações, em boa parte resultado dos sucessivos cortes orçamentários por ele mesmo praticado.
    O IBGE, fundado em 1937, é uma instituição do Estado Brasileiro que vem cumprindo papel de relevância no País, notadamente na sua competência de realização dos Censos Demográfico e Agropecuário; das pesquisas domiciliares e econômicas e das atividades relacionadas ao mapeamento do território brasileiro, conquistando, ao longo desses 77 anos, respeito pela probidade e competência técnica. Dessa forma, deve ser respeitado como tal, sem leviandade e sem hipocrisia.
    ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE PLANEJAMENTO, PESQUISA E ESTATÍSTICA – ANIPES

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